quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Greenpeace pede a Lula que vá para Copenhague com metas para salvar o clima

Brasilia — Ação realizada em Brasília, ativistas pediram ao presidente que o Brasil assuma responsabilidade no controle do aquecimento global Ativistas do Greenpeace levaram hoje ao presidente Lula um pedido: que assuma metas concretas contra o aquecimento global e vá para Copenhague, na Dinamarca, em dezembro para garantir um acordo ambicioso, justo e efetivo na Conferência do Clima da ONU. O protesto aconteceu na frente do Centro Cultural Banco do Brasil, onde o presidente discutiu com diversos ministérios a posição que o país apresentará na conferência.

(Foto: Ativistas do Greenpeace entregam passagem, formulário de imigração e mala para que o Presidente volte a Copenhague - mas, desta vez, para lutar pelo clima do planeta na Conferência do Clima da ONU, no final do ano.)


Os ativistas chegaram ao local usando fantasias que representam os setores envolvidos na questão de clima: uma vaca simbolizava o desmatamento na Amazônia, um homem-placa solar para simbolizar as energias renováveis, uma tartaruga marinha representando os oceanos, além de uma máscara do presidente. Os ativistas encerraram o protesto protocolando uma mala de viagem, uma representação de uma passagem aérea para Copenhague, onde acontecerá a Conferência do Clima, além de um formulário de imigração com o caminho que o Brasil deve seguir na luta contra o aquecimento global.

“O Brasil é o quarto maior emissor de gases do efeito estufa e umas das dez maiores economias do planeta. Está na hora de o país assumir metas condizentes com seu tamanho e sua responsabilidade e que representem os vários setores da economia”, diz João Talocchi, coordenador da campanha de clima do Greenpeace.

O primeiro passo a ser dado pelo presidente é zerar o desmatamento da Amazônia até 2015. A meta apresentada pelo governo federal – redução de 80% do desmatamento até 2020, com relação à média do corte registrado entre 1996 e 2005 – é insuficiente para lidar com o desafio das mudanças climáticas, pois significa que entre 1,5 bilhão e 1,8 bilhão de árvores poderiam ser derrubadas na Amazônia na próxima década.

“Desmatamento zero não significa que nenhuma árvore será cortada, como o presidente Lula sugeriu na semana passada na Suécia. Significa trabalhar de forma sustentável, promovendo a manutenção da floresta e dos serviços ambientais que ela presta”, afirma Talocchi. “O Brasil deve olhar as negociações para evitar as mudanças do clima como uma oportunidade de contribuir com o meio ambiente e ao mesmo tempo gerar empregos, desenvolver tecnologias e lucrar com a preservação da floresta. O país só tem a ganhar, mas parece que o governo não enxerga isso.”

O Greenpeace também defende que, até 2020, pelo menos 25% da eletricidade do país seja gerada a partir de fontes renováveis de energia como vento, sol, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas. O investimento nesta área criaria 300 mil novos empregos diretos no país nesse período, e 600 mil até 2030.

Além disso, o Greenpeace propõe que o governo brasileiro transforme pelo menos 30% do território costeiro-marinho do Brasil em áreas protegidas até 2020. Os oceanos são importantes reguladores climáticos, pois absorvem o CO_2 – principal gás do efeito estufa – da atmosfera. Mantê-los saudáveis é essencial para garantir a continuidade desse serviço ambiental.

http://www.flickr.com/photos/greenpeacebrasil/sets/72157622577275816/show/

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