ALEXANDRE APRÁ
DA REDAÇÃO
O presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargador Mariano Travassos, determinou o corte no ponto dos servidores grevistas que estão de braços cruzados há duas semanas, depois do movimento deflagrado pelo Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário de Mato Grosso (Sinjusmat), que cobra o pagamento de créditos trabalhistas. Travassos ainda ainda ameaçou acionar judicialmente o presidente do Sinjusmat, Rosenwal Rodrigues, por declarações feitas ao MidiaNews, no dia em que os servidores decidiram trancar a entrada do Fórum da Capital.
"(...) diante da aparente ilegalidade do movimento, torna-se IMPRESCINDÍVEL a adoção, neste momento, diante dos graves fatos narrados nesta decisão, o legítimo descontos efetuados em razão dos dias não trabalhados", diz trecho da decisão do presidente do TJ. Ele também comunica a juízes que o não funcionamento de suas escrivanias, poderá implicar em ações de responsabilidade civil e administrativa.
Em documento disponibilizado pelo sistema de comunicação interna do TJ, Travassos sustenta que a atual administração tem se dedicado a atender as reivindicações da categoria. No entanto, argumenta que aguarda decisões do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre recursos que ele mesmo protocolou questionando o pagamento aos servidores. O magistrado garante que o Tribunal não tem medido esforços para resolver os questionamentos dos servidores.
Entretanto, o sindicato alega que Travassos faz vistas grossas com a categoria e que está fechado ao diálogo. Por sua vez, o desembargador afirma que já recebeu líderes do movimento, por diversas vezes, para discutir as reivindicações. Para o presidente do Sinjusmat, Travassos se utiliza de inúmeros recursos protocolados junto ao CNJ, no sentido de protelar os pagamentos aos servidores.
Irritado, Travassos também diz, em comunicação interna do órgão, que comunicará o Ministério Público Estadual (MPE) sobre declarações de Rosenwal ao site MidiaNews. O desembargador classificou de ameaças as declarações do sindicalista.
"Tivemos que radicalizar. Estamos dispostos e enfrentar a Polícia Militar, Exército e qualquer outra força policial. Não vamos deixar ninguém entrar no Fórum", disse Rosenwal, em entrevista ao MidiaNews; Além da manifestação, Rosenwal pediu a intervenção do Conselho Nacional de Justiça em Mato Grosso. Os servidores pedem a destituição do presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Mariano Travassos. ‘É uma questão de sobrevivência do Poder a retirada de Travassos da presidência. Se não tirarem o Travassos vão acontecer mortes em Mato Grosso. Nós, servidores, estamos dispostos a tudo. E eu estou na linha de frente', afirmou o presidente do Sinjusmat", transcreveu Travassos de reportagem do MidiaNews, publicada em 26 de novembro e assinada pelo repórter Bruno Garcia.
Para Travassos, as declarações de Rosenwal atingiram diretamente o Poder Judiciário mato-grossense. "(...) a manifestação truculenta e em total descompasso com as atitudes até agora praticadas em reuniões com este sodalício, demonstram os nefastos interesses nas atitudes quiçá manipuladoras do senhor Rosenwal Rodrigues dos Santos. (...) conduta esta que pode, inclusive, como já dito, a tipicidade criminal do ato", relata o magistrado no documento, que enviou ao MPE para medidas legais.
Procurado pela reportagem, o presidente do Sinjusmat, Rosenwal Rodrigues, não foi localizado em seu celular para comentar a decisão do presidente do Tribunal de Justiça.
http://www.midianews.com.br/?pg=noticias&cat=3&idnot=12750
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