domingo, 13 de março de 2016

→ O LEVANTE DO SUL CONTRA O GOLPE: Porto Alegre pela democracia e contra o golpe

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A sexta-feira, 11 de dezembro de 2015, foi um dia histórico em Porto Alegre, marcado por manifestações em defesa da democracia e contra o golpe. Foi o dia do lançamento da Frente Brasil Popular, do Movimento Pela Legalidade e pela Democracia; realização da Marcha dos Sem, passeata que reuniu cerca de dez mil pessoas. A saída da Marcha foi na Harmonia, seguindo em direção ao centro de Porto Alegre pela Borges de Medeiros finalizando a caminhada na frente do Palácio Piratini.
1º ATO – 09:00 horas da manhã – FETAG – Lançamento Frente Brasil Popular
A Representação desta frente possui em torno de 70 (setenta) representações de classe), falavras de João Pedro Stédile – Coordenador Nacional da Via Campesina e líder do MST. Durante a manhã, cerca de 700 dirigentes sindicais e dos movimentos sociais de todas as regiões do estado, além de lideranças políticas, reuniram-se no auditório da FETAG (Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RS) para o lançamento da Frente Brasil Popular no Rio Grande do Sul. O evento contou com as presenças da integrante da Ação da Mulher Trabalhista (AMT), Miguelina Vecchio; do presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor; da representante da UBM (União Brasileira de Mulheres), Abgail Pereira e da dirigente da UNEGRO, Elis Regina entre inúmeras lideranças de Porto Alegre e interior do Estado do Rio Grande do Sul que também tem a Frente Brasil Popular como instrumento de debate.
2º ATO – 11:30 horas – Ao Lado do Busto de Brizola – Pela LEGALIDADE e CONTRA O GOLPE.
Em 1961, Brizola liderou no Rio Grande Sul, a Campanha da Legalidade para lutar pela defesa da posse do vice João Goulart após a renúncia do presidente Jânio Quadros.
O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (PDT), leu documento de adesão ao Movimento Rede da Legalidade –repetiu o ATO de 1961. Após esta leitura, Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, fez uma defesa veemente da legalidade e da necessidade de se defender o mandato da presidenta. “O momento que vive o País é muito grave, de ameaça à soberania constitucional”.
Citando Brizola, Lupi afirmou que o processo de impeachment é um golpe de direita e que não era nenhum exagero compará-lo ao golpe militar de 1964. “Em 1964, começou com alguns civis apoiando o golpe. O governador da Guanabara, Carlos Lacerda, e o governador de Minas Gerais, José de Magalhães Pinto, defenderam porque achavam que iam ser presidentes em seis meses. O que era para durar seis meses durou 21 anos”, disse. Na condição de presidente do PDT, afirmou que o partido “não se curvará ao golpe” e não fugirá do enfrentamento em nome da democracia. “Os nossos filhos, netos e bisnetos não aceitarão a nossa covardia”, disse Lupi.
Tarso Genro (RS), ex-governador do Rio Grande do Sul, salientou que, por trás do processo de impeachment da presidente Dilma está às mesmas forças conservadoras que tentaram interromper a ordem democrática nos anos 1950 e 1960. “(O impeachment)”.
O presidente estadual do PCdoB, Adalberto Frasson, considerou o ato muito positivo e simbólico. “O momento exige uma grande unidade e muita amplitude de todas as forças políticas democráticas, comprometidas com o Brasil. É hora de ter um foco: a defesa de democracia, contra o golpe e pelo Fica Dilma. Uma união em defesa da retomada do crescimento, dos empregos, das conquistas sociais e contra qualquer possibilidade de retrocessos”, enfatizou.
Também participaram do ato o ex-governador Olívio Dutra, os deputados federais Maria do Rosário (PT), Deonilso Marcon (PT), os deputados estaduais Luiz Fernando Mainardi (PT), Stela Farias (PT), Edegar Pretto (PT), Tarcisio Zimmermann (PT), Manuela D’Ávila (PCdoB), Junior Piaia (PCdoB), o ex-prefeito de Porto Alegre Raul Pont, a ex-candidata à presidente Luciana Genro (Psol), o trabalhista histórico e ex-líder do governo Brizola na Assembleia Legislativa do Estado Sereno Chaise, a vereadora Jussara Cony (PCdoB), líderes sindicais, líderes de movimentos sociais de mulheres, movimento negro, LGBTTs, entre outros.
14:30 Concentração da Marcha no Parque Harmonia – Marcha dos Sem pela democracia!!!!
Uma marcha emocionante!!!! Marcharam trabalhadores de todas as classes profissionais, agricultores, bancários, comerciários, metalúrgicos, professores, movimentos sociais de resistência negra, LGBTTs, feministas, advogados, representações políticas de esquerda, a UJS – Juventude Socialista, PCdoB do Rio Grande do Sul, integraram a 20ª Marcha dos Sem.
Todos esses grupos e sociedade em geral que entravam na marcha identificando-se com as representações tinham somente uma Bandeira!!! A Bandeira do Estado Democrático de Direito – A defesa da democracia e contra os golpistas.
A pauta da marcha também contemplou a luta contra o ajuste fiscal, além da mobilização dos servidores públicos estaduais diante do arrocho salarial e das ameaças de privatizações no estado.
“Não vai ter golpe” “Vai ter Luta”.
A frase que mais ecoou nas ruas da capital gaúcha foi, sem dúvidas, o “não vai ter golpe”, entoado em coro pelos milhares de manifestantes. “Trazemos para as ruas toda a indignação dos trabalhadores diante da atitude dos golpistas do impeachment, que querem derrubar a presidenta Dilma. Vamos gritar cada vez mais forte que não vai ter golpe”, afirmou o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo. Ele salientou que “a agenda dos golpistas é contra a classe trabalhadora”. Segundo Claudir, “eles são os mesmos que vêm tentando aprovar medidas no Congresso Nacional, que atacam direitos trabalhistas e precarizam o trabalho, como o PL 4330 das terceirizações”.

Já Abgail Pereira (PCdoB) fez um chamado especial, diante do Palácio do governo, para que Sartori saia do “muro” e, a exemplo da maioria dos governadores, tome posição contra o impeachment.

Guiomar Vidor, da CTB RS, também centrou sua manifestação na necessidade de se fortalecer a luta pela democracia e contra o golpe. “Esta marcha, assim como o lançamento da Frente, foram grandes demonstrações da vontade dos setores que representam trabalhadores em defender a democracia, contra o golpe e em defesa dos avanços sociais conquistados no último período. Buscamos com essa mobilização que o Brasil siga avançando nas mudanças que atendam os interesses da sociedade brasileira e, principalmente, para que possamos fazer as reformas estruturais. Queremos que o Brasil retome o processo de geração de emprego, distribuição de renda e sigamos evoluindo no sentido de que o trabalhador possa usufruir do país que constrói”, acentuou.
O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, enfatizou que os mesmos que defendem o golpe são os que propõem retrocessos nos direitos dos trabalhadores e da sociedade no Congresso. “É um momento de luta de classes. Não é só uma luta pela defesa de Dilma. É uma luta contra o retrocesso” disse.
Na rua, marchando foi lembrado que o mesmo Congresso que quer julgar o Impeachment enquadrou Movimentos Sociais como Crime de Terrorismo, então esse Congresso tem medo do povo, tem medo de nós, e vamos continuar: a juventude de São Paulo será exemplo de resistência e o povo Gaúcho está entrando na luta”.
“Não vai ter golpe” “Vai ter Luta”.

Fabiana Veríssimo Freitas
Advogada, Comunista, Feminista.


https://radiocirandeira.wordpress.com/2015/12/13/o-levante-do-sul-contra-o-golpe-porto-alegre-pela-democracia-e-contra-o-golpe/

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